terça-feira, 20 de maio de 2014

Os sobreviventes de Hitler - Parte 2: Aleksander Henryk

Por Kamilla Krüger

Aleksander Henryk Laks

Quem olha Aleksander Henryk Laks pela primeira vez não imagina o que esse simpático senhor de 86 anos viveu em Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial.Nascido na Polônia, naturalizou-se brasileiro e por aqui é chamado carinhosamente de Heniek ou Henrique.

Seu drama começou quando o exército nazista invadiu a Polônia, em setembro de 1939. A partir daí, sua vida e de sua família transformaram-se numa luta diária pela sobrevivência. Aleksander que na époco tinha 12 anos, deparou-se com amigos e parentes amarrados ou enforcados no alto de postes da sua cidade natal, Lodz, e viu soldados alemães arrancarem as barbas de judeus com as mãos, deixando suas faces em carne viva.

No entanto, este foi apenas o começo da série de crueldades cometidas contra os judeus. Uma delas foi a fome, que matou cinco mil pessoas no primeiro mês de invasão. Logo após, ele e sua família foram confinados ao gueto de Lodz.Das 160 mil pessoas lá confinadas, Aleksander foi uma das 1.600 que sobreviveram ao gueto.

A fome fez com que a família Laks se entregasse aos nazistas. Levados para diversos campos de concentração, Aleksander, já com 16 anos,  viu sua mãe pela última vez ao descer do trem que os levou para Auschwitz, lugar onde viveu os momentos mais torturantes da sua vida.

Depois de ver sua mãe caminhar para a câmara incineradora, assistiu a morte de seu pai que não resistiu às semanas de caminhada na chamada "Marcha da Morte", de mais de 500 quilômetros, entre vários campos de concentração. Dos 600 prisioneiros que partiram de Auschwitz, apenas 50 sobreviveram. E novamente Aleksander estava entre eles.

A redenção veio junto com a chegada do exército aliado. Aleksander foi salvo pelas tropas que interceptaram o trem que o levava de um campo de concentração para outro. A certeza de que seu calvário teria fim veio na forma de um copo de leite quente, entregue por um soldado aliado.

Hoje, Aleksander Henryk Laks vive em Copacabana no Rio de Janeiro. Presidente da Associação Brasileira dos Israelistas Sobreviventes da Perseguição Nazista, Laks dá palestras e seminários sobre sua experiência durante a Segunda Guerra Mundial, com a intenção de esclarecer as pessoas sobre a necessidade de maior tolerância entre os seres humanos.

Seu livro O Sobrevivente — Memórias de um brasileiro que escapou de Auschwitz, conta em mais detalhes tudo o que esse herói viveu diante da perversidade de Adolf Hitler. Vale a pena conferir.



Entrevista de Aleksander para o Fantástico:

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