terça-feira, 20 de maio de 2014

O carisma obscuro de Hitler

Por Marcela Costa



Se estivermos hoje em dia em uma roda de amigos e alguém disser: “Hitler era um cara carismático” isso provavelmente será bem questionado e as pessoas vão achar que quem disse isso está louco. Mas vamos tentar analisar sem o sentimento ruim que todos sentem pelo ditador.

Será que um homem que não possui carisma nenhum conseguiria fazer o que Adolf fez na Alemanha? Levaria milhões de pessoas a acreditar que aquelas atrocidades estavam certas? Obviamente que muita gente era imune ao discurso dele, mas muitos não.

Após o fim da Primeira Guerra Mundial quando Hitler começou a se engajar na política, os alemães estavam perdidos. O país se encontrava quebrado, o tratado de Versalhes havia sido assinado e não trazia nenhum benefício para os alemães já que eles tiveram que se declararem totalmente responsáveis pela guerra, além da perda de terras, aceitação da independência da Áustria, indenização, etc. Aí começa a queda da República de Weimar e a ascensão do nazismo.

Em 1919 começou a haver uma ‘reeducação’ para os soldados após a revolução socialista. Hitler foi incumbido de falar com os outros do exército sobre os malefícios do comunismo e os benefícios do socialismo. Em seus discursos ele começou a inserir o ódio pelos judeus. Aí nós podemos estabelecer o reconhecimento de um Hitler carismático, quando na base de Augsburg muitos soldados elogiaram a habilidade como um orador. Um deles chegou a dizer que Adolf “revelou ser um orador brilhante e fervoroso que incita a plateia a acompanhar seu discurso”.

Com seu discurso de que a Alemanha tinha que se reerguer, ele foi acumulando seguidores que começaram a pensar da mesma forma. Dizem que a maneira mais fácil de você reunir pessoas em torno de uma mesma causa é o ódio. Hitler despejando toda a sua repulsa pelos judeus conseguiu fazer com que o povo alemão pensasse da mesma forma. Os judeus não deveriam estar ali, a raça ariana era superior, e assim começa a era mais triste da história moderna.

Reunindo seu discurso carismático com sua falta de intimidade pessoal, Hitler começa a ser visto como um salvador, um herói (para alguns). Com uma Alemanha fragilizada e tendo a necessidade de alguém para ser o apoio, os fãs começaram a surgir. Mas no início só alguns fanáticos que acreditavam nele piamente, a situação do país melhorou e por um tempo ele não tinha a força que – não muito tempo depois – viria a ter para controlar todo o território.

Eis que em 1929 a bolsa de Nova Iorque quebra e junto com os EUA, vários países entram em crise, inclusive, a Alemanha. A partir daí o desemprego chegou a níveis insustentáveis, os alemães entraram de cabeça na Grande Depressão. O NSDAP começou a ganhar força entre os alemães. A situação encontrava-se periclitante, obviamente o discurso que Hitler fazia começou a fazer algum sentido, o ódio foi se espalhando e o sentimento de que a raça ariana era superior realmente começou a pegar. Os judeus mereciam os empregos? Claro que não! Primeiro o povo da Alemanha. 

O Partido Nazista ainda teve alguns altos e baixos. Até 1933, greves tomaram conta da Alemanha. O NSDAP uma hora conseguia com que várias pessoas o apoiassem, em outra perdiam votos nas cadeiras de deputados. Eis que em 30 de janeiro do fatídico ano de 1933, o presidente alemão Hindenburg nomeia Adolf Hitler como chanceler da Alemanha. Provavelmente sem ter noção da besteira que ele estava fazendo.

Fontes:
O carisma de Adolf Hitler – O homem que conduziu milhões ao abismo (Laurence Rees)
Portal Terra
Wikipedia

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