Curiosidades

Por Ana Luisa Arruda
Quase 70 anos depois do fim da II Guerra Mundial, Margot Wölk, hoje aos 95, resolveu contar para o mundo um fato curioso: ela, juntamente com outras 14 meninas tiveram um papel fundamental durante a ditadura nazista, evitar a morte de Adolf Hitler por envenenamento. Elas eram provadoras de comida. Uma história interessante, mas, muito mais do que isso, triste. Muito triste.
Fotos: Reprodução
A história ganhou o mundo em abril do ano passado quando ela concedeu uma entrevista para uma famosa revista alemã. O silêncio que prevaleceu sobre ela durante todos esses anos foi consequência de uma grande vergonha. Vergonha por ter trabalhado para o governo Hitler, quando ela vinha de uma família antinazista. Vergonha porque foi estuprada durante muito tempo por militares da SS. Vergonha porque escondeu tudo até do próprio marido, que faleceu há 23 anos.
Margot contou que Hitler era vegetariano e que apesar da escassez de comida em toda comunidade alemã durante a guerra, o Füher sempre tinha tudo do bom e do melhor, "era a melhor comida". Legumes, aspargos, frutas sempre acompanhado de arroz e macarrão. Mas ela e as outras meninas não podiam desfrutar, apenas provar para ver se estava envenenada. Esse era o objetivo da função de Margot Wölk e das outras 14 meninas, porque Hitler tinha muito medo de ataques à vida dele, especialmente por parte dos britânicos.
Hitler em mais um dos seus banquetes diários (Foto: Reprodução)
Além desse sentimento de que qualquer refeição poderia ser a última, Margot ainda teve de conviver com uma sucessão de estupros. Primeiro, por parte de um oficial nazista quando vivia em uma espécie de cativeiro, e também por membros do exército Vermelho que a violentaram por 14 dias, repetidas vezes. Por causa dos ferimentos, Margot nunca pode ter filhos. E por causa da experiência, ela demorou muito tempo para ter novamente prazer em comer.
Margot Wölk foi provadora de comida de Hitler durante dois anos e meio (Foto: Reprodução)
Todas as provadoras de comida foram mortas quando tropas soviéticas invadiram o quartel-general de Hitler, mas Margot fugiu a tempo com ajuda de um amigo. Hoje, temos mais uma página escrita nos autos da História que pertence a um capítulo que nunca deveria ter sido escrito.
Folha de São Paulo - por Bom de Pauta
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