A pintura retrata um soldado alemão ferido, a olhar para o vazio, em uma trincheira na antiga União Soviética. Conhecido por ser o quadro favorito de Hitler em seus últimos meses de vida, Lembrança de Stalingrado (originalmente Erinnerung an Stalingrad) foi pintado pelo alemão Franz Eichhorst em 1943. A obra, que estava desaparecida desde 1945 e chegou a ser considerada perdida para sempre, teve que ser incluída na lista que compila mais de 4.300 obras de arte pertencentes ao acervo pessoal do Führer. Foi encontrada recentemente junto a outras seis pinturas no inicio de 2012 em um mosteiro a cinquenta quilômetros de Praga. As sete obras, adquiridas por Hitler na Alemanha em 1942 e 1943, foram transferidas à República Checa durante a ocupação nazista para protegê-las de possíveis ataques aéreos dos aliados. Jiri Kuchar, um historiador que procurou as obras de arte de Hitler em vários mosteiros do país durante cinco anos, afirmou que os quadros encontrados poderiam chegar ao valor total de dois milhões de euros.
O título de quadro favorito de Hitler tem sido disputado por várias obras. Durante muito tempo, Hitler teria tido uma especial obsessão por "A Ilha dos Mortos", do pintor suiço Arnold Böcklin, mas também adorava "Alegoria da Pintura", do holandês Johannes Vermeer, que foi vendido ao ditador alemão em 1940 por Jaromir Czernin, casado com uma mulher judía. O quadro tinha lugar de destaque no museu pessoal de Hitler e hoje está pendurado no Museu de História da Arte de Viena, na Áustria. O país recusa-se a devolver o quadro à Alemanha.
O pintor Hitler
A paixão de Adolf Hitler pela pintura vem da infância. Poucos sabem, mas o personagem que marcou a História mundial como um ditador psicopata e sanguinário, não só adquiriu milhares de obras de arte como também pintou uma dezena delas. O jornal mexicano “El Universal” nota que o Führer cruel “foi um pintor de imagens que transmitiam paz”. O jornal não diz “transmitem”, prefere o verbo no passado, pois, hoje, os quadros são “contaminados” pela má fama do brutal Hitler. “São telas pintadas com suaves tons pastéis, com pintura de aquarela, marcando linhas suaves e relaxadas. Ainda que não pareçam, são obras do jovem Adolf.
O pai de Adolf não queria que o filho fosse pintor. “Artista, não, jamais enquanto eu for vivo!”, disse Alois Hitler. Quando o pai morreu, em 1903, o garoto de 14 anos pôde seguir sua vocação artística. Quatro anos mais tarde morre sua mãe, Klara, e o jovem, agora com 19 anos e órfão, tem de se virar sozinho. Em busca de um futuro melhor, com o objetivo de se consagrar como pintor, muda-se para Viena, capital da Áustria. A cidade fervia intelectualmente à época, e era residência do psicanalista Sigmund Freud e de escritores como Robert Musil, Franz Werfel e Hermann Broch.
Tentou entrar na Academia de Belas Artes de Viena por duas vezes, mas não conseguiu. A Instituição recomendou-lhe que buscasse seguir arquitetura ao invés de pintura.
“Enquanto esperava ser aceito” pela Academia, “Hitler desenvolveu seu ódio antissemita após a leitura dos discursos de Karl Lueger, defensor da pureza ariana. Esse discurso também refletiu nas pinturas, que, contraditoriamente, Hitler vendia sobretudo para judeus”, os que mais “se interessavam por elas”, relata o jornalista Ángeles Pino.
Ian Kershaw, historiador e professor inglês, e uma das principais autoridades acadêmicas sobre a vida do Führer, nos conta em seu livro “Hitler, 1889-1936”: “Aos 18 anos, Hitler foi rechaçado pela famosa instituição. Eis o veredicto: Exame de desenho insatisfatório. Poucas aptidões.” Ele foi “desqualificado em duas ocasiões, - em 1907 e 1908 - aos 18 e aos 19 anos.”
Richard Westwood-Brookes, da Mullocks Leilões (que leiloou em 2010 algumas unidades de quadros pintados por Hitler) deu a sua opinião ao Telegraph sobre o talento de Adolf como pintor:
“Ele simplesmente não era bom o suficiente. Principalmente quando desenhava pessoas, a perspectiva era incorreta… Os investigadores acreditam que, porque foi rejeitado, pode ter transformado a frustração em profundo ressentimento e ter se tornado o monstro que se tornou.”
Assim, Hitler começou a batalhar por uma grana pintando paisagens e copiando as artes dos cartões postais para vender nas ruas, principalmente a turistas. Ganhava mais desse modo do que como um empregado fixo de alguma empresa, estilo de vida que ele se recusava a aceitar como opção.
“Quando recebi minha rejeição, foi como se caísse um raio do céu sobre mim”, contou Hitler, anos depois.
O jovem Adolf continuaria a batalhar pelo seu sonho nos anos seguintes, pintando cada vez mais obras em um curto espaço de tempo. É o que veremos a seguir, na segunda parte da matéria...
O título de quadro favorito de Hitler tem sido disputado por várias obras. Durante muito tempo, Hitler teria tido uma especial obsessão por "A Ilha dos Mortos", do pintor suiço Arnold Böcklin, mas também adorava "Alegoria da Pintura", do holandês Johannes Vermeer, que foi vendido ao ditador alemão em 1940 por Jaromir Czernin, casado com uma mulher judía. O quadro tinha lugar de destaque no museu pessoal de Hitler e hoje está pendurado no Museu de História da Arte de Viena, na Áustria. O país recusa-se a devolver o quadro à Alemanha.
O pintor Hitler
A paixão de Adolf Hitler pela pintura vem da infância. Poucos sabem, mas o personagem que marcou a História mundial como um ditador psicopata e sanguinário, não só adquiriu milhares de obras de arte como também pintou uma dezena delas. O jornal mexicano “El Universal” nota que o Führer cruel “foi um pintor de imagens que transmitiam paz”. O jornal não diz “transmitem”, prefere o verbo no passado, pois, hoje, os quadros são “contaminados” pela má fama do brutal Hitler. “São telas pintadas com suaves tons pastéis, com pintura de aquarela, marcando linhas suaves e relaxadas. Ainda que não pareçam, são obras do jovem Adolf.
O pai de Adolf não queria que o filho fosse pintor. “Artista, não, jamais enquanto eu for vivo!”, disse Alois Hitler. Quando o pai morreu, em 1903, o garoto de 14 anos pôde seguir sua vocação artística. Quatro anos mais tarde morre sua mãe, Klara, e o jovem, agora com 19 anos e órfão, tem de se virar sozinho. Em busca de um futuro melhor, com o objetivo de se consagrar como pintor, muda-se para Viena, capital da Áustria. A cidade fervia intelectualmente à época, e era residência do psicanalista Sigmund Freud e de escritores como Robert Musil, Franz Werfel e Hermann Broch.
Tentou entrar na Academia de Belas Artes de Viena por duas vezes, mas não conseguiu. A Instituição recomendou-lhe que buscasse seguir arquitetura ao invés de pintura.
“Enquanto esperava ser aceito” pela Academia, “Hitler desenvolveu seu ódio antissemita após a leitura dos discursos de Karl Lueger, defensor da pureza ariana. Esse discurso também refletiu nas pinturas, que, contraditoriamente, Hitler vendia sobretudo para judeus”, os que mais “se interessavam por elas”, relata o jornalista Ángeles Pino.
Ian Kershaw, historiador e professor inglês, e uma das principais autoridades acadêmicas sobre a vida do Führer, nos conta em seu livro “Hitler, 1889-1936”: “Aos 18 anos, Hitler foi rechaçado pela famosa instituição. Eis o veredicto: Exame de desenho insatisfatório. Poucas aptidões.” Ele foi “desqualificado em duas ocasiões, - em 1907 e 1908 - aos 18 e aos 19 anos.”
Richard Westwood-Brookes, da Mullocks Leilões (que leiloou em 2010 algumas unidades de quadros pintados por Hitler) deu a sua opinião ao Telegraph sobre o talento de Adolf como pintor:
“Ele simplesmente não era bom o suficiente. Principalmente quando desenhava pessoas, a perspectiva era incorreta… Os investigadores acreditam que, porque foi rejeitado, pode ter transformado a frustração em profundo ressentimento e ter se tornado o monstro que se tornou.”
Assim, Hitler começou a batalhar por uma grana pintando paisagens e copiando as artes dos cartões postais para vender nas ruas, principalmente a turistas. Ganhava mais desse modo do que como um empregado fixo de alguma empresa, estilo de vida que ele se recusava a aceitar como opção.
“Quando recebi minha rejeição, foi como se caísse um raio do céu sobre mim”, contou Hitler, anos depois.
O jovem Adolf continuaria a batalhar pelo seu sonho nos anos seguintes, pintando cada vez mais obras em um curto espaço de tempo. É o que veremos a seguir, na segunda parte da matéria...
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