Durante seu governo, Adolf Hitler recebeu inúmeras cartas da população alemã. No arquivo de cartas recebidas, inúmeras são as súplicas, críticas e conselhos. Sobretudo, expressões de veneração e esperança no futuro da Alemanha “graças ao abençoado führer”. Jovens declaram lealdade eterna ao seu partido, senhoras aplaudem o caráter antissemita do ditador, pais de família batizam seus recém-nascidos com o nome “Adolf”, e escrevem pedindo para que Hitler seja padrinho, e crianças mandam desenhos ao seu “querido führer”. O assunto já se tornou livro pelo escritor Henrik Eberle com ‘Cartas para Hitler’ e documentário produzido na Alemanha com o singelo título “Caro Tio Adolf”.
No livro “Cartas para Hitler”, a veneração era explicita quando seus admiradores iniciavam suas cartas com “Mein Führer!”,¹ “Excelentíssimo senhor chanceler do Reich!”, “Honrado senhor Hitler!” ou “Amado Führer!”. A maioria das cartas não eram respondidas, e continham juramentos de "fidelidade inquebrantável ao Führer Aldoph Hitler". Algumas delas continham anúncios sobre o envio de presentes, doações ou heranças de admiradores e seguidores. O número de cartas que o Führer recebeu é um reflexo de sua popularidade. Somente nos três primeiros meses de 1933, quando chegou ao poder, ele recebeu 3 mil mensagens. A partir desse ano e até meados da década de 40, Hitler recebia mais de 10 mil cartas ao ano, com todo tipo de conteúdo. No entanto, em 20 de abril de 1945, data do seu aniversário e dias antes da tomada de Berlim pelo Exército Vermelho, menos de cem pessoas enviaram felicitações ao Führer, segundo a análise do material arquivado.
“Caro Tio Adolf” é o primeiro documentário que detalha as dezenas de milhares de cartas de fãs que Hitler recebeu quando estava no poder, e que foram confiscadas pelos soviéticos quando capturaram Berlim em 1945. Por anos essas cartas de carinho, conselhos, presentes e dicas de saúde permaneceram esquecidas nos arquivos russos. Agora, o documentário mostra o fascínio que Hitler exercia sobre a Alemanha, enquanto atores lêem as cartas que encheriam um caminhão. As cartas normalmente era acompanhadas de presentes: no caso de Margareth Wagner, um par de meias enviado em 1938 após Hitler ocupar os Sudetos, na região fronteiriça da Tchecoslováquia.
“Eu as tricotei para você enquanto nos libertava”, ela escreveu.
A Sra. Troeltzsch, de Berlim, enviou a Hitler três lenços de seda com imagens do Führer, que foram devolvidas por Rudolf Hess com a mensagem: “você não tem permissão de enviar lenços com imagens de Herr Hitler”. Tais mulheres foram mais tarde colocadas sob vigilância da Gestapo já que Hitler temia que o culto à sua personalidade pudesse desestabilizar a vida doméstica no Reich. Enquanto ele subia mais alto na escada do poder, a periodicidade das cartas aumentava. Em 25 de abril de 1932, um dia após as eleições que fizeram do partido uma força inexorável na política nacional, Peter Beck, da Silésia – atualmente parte da Polônia – escreveu: “Não queremos saber do governo mais – queremos somente Adolf Hitler como líder”.
“Nós, Nacional-Socialistas, queremos ver um expurgo de jornais que injetam veneno no nosso Führer, ver os judeus enquadrados como o que realmente são, ver punidos os chefes de governo locais que enganaram seus cidadãos. Daremos nosso sangue a Adolf Hitler! Use mão de ferro e realize seu programa com vontade ditatorial. Não negocie, aja!” “Confiamos em nosso Führer e doamo-lhe nossos corações com cada pulso!”
Curiosidade: Até mesmo o líder humanista Mahatma Gandhi enviou uma carta para Hitler. A carta, escrita em 23 de julho de 1939, que nunca chegou ao seu destino, foi interceptada pelo governo britânico.
"Caro amigo,
Meus amigos vêm me pedindo para lhe escrever por causa da humanidade. Mas eu tenho resistindo ás solicitações deles, por causa do sentimento que uma carta minha possa ser impertinente. Às vezes dizem que eu não devo calcular que eu devo fazer meu apelo para qualquer coisa que possa ser válida.
Está muito claro que você é hoje a única pessoa no mundo que pode prevenir uma guerra que pode reduzir a humanidade a um estado selvagem. Você consegue pagar esse preço por qualquer coisa que pareça valer a pena, para você? Você irá escutar o apelo daquele que deliberadamente evitou o método da guerra com considerável sucesso? De qualquer forma, eu antecipo seu perdão, se eu errei em escrever para você.
Eu continuo,
Eu continuo,
Seu sincero amigo
MK Gandhi."
Fontes:
Sala de Guerra
Isto é
Super
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