“Ler não é um fim em si mesmo, e sim um meio para um fim.” Era com esta frase que Adolf Hitler costumava definir seu pensamento sobre a leitura. Acostumado a ler livros nas trincheiras, contudo, não sendo muito fã de literatura clássica, o líder nazista se interessava, entre outros assuntos, por livros que se baseavam no trato preconceituoso e hostil para com os judeus. Tinha o hábito de queimar livros, mas era um ávido leitor, pois lia ao menos um livro por dia.
Um fato que desencadeou as pesquisas pelo gosto literário de Hitler foi a descoberta de um raro exemplar de um volume de 1915, “O reino de Deus e o Mundo contemporâneo”, de Peter Maag. Foi localizado há alguns anos em um sebo de Nova York, a U$$ 0,50. E para a surpresa de todos, na contracapa, tinha a assinatura do antigo dono: “A. Hitler”. O líder nazista possuía um acervo de aproximadamente 16 mil livros de diversos assuntos, suas estantes eram preenchidas com obras de Nietzsche, Goethe, Kant, Fichte, Schopenhauer e até mesmo “Hamlet” de Shakespeare; havia histórias e estratégias de guerra, assuntos espirituais e teorias do ocultismo.
No entanto, o desejo de ler de Hitler não se baseava somente na busca de conhecimento, mas sim, em obter confirmações de suas teses. O militar procurava livros que vinham de encontro aos seus pensamentos racistas e preconceituosos, e com isso, obtinha base para desenvolver suas teses persuasivas. Hitler costuma afirmar que retirava dos livros aquilo que necessitava ter para seus discursos.
Detentor do título de um dos mais calculistas genocidas do século XX, Hitler conservou em seu acervo um manual de 1931 sobre gás venenoso, este, particularmente, trazia várias anotações do ditador. Acredita-se que foi daí a partida para as famosas câmeras de gás do seu governo. O que nos leva a ratificar que a leitura de Hitler manipulava sua personalidade.
Num levantamento feito em 1942, constatou que a biblioteca particular de Hitler era subdividida em três grandes áreas de interesse: seção militar, seção de temas artísticos e seção dedicada ao ocultismo. Esse fato chamou a atenção do jornalista e historiador Timothy W. Ryback que em seguida lançaria o livro sobre tal assunto.
Curiosamente, Ryback, ao vasculhar um livro, encontrou um fio de bigode, e em outro, encontrou diversas anotações sobre táticas e estratégias de guerra, possivelmente do Führer. O jornalista diz que Hitler lia vorazmente, às vezes um livro por noite. E ainda arrisca o palpite de que, nos seus últimos dias, Hitler lia uma história da suástica, um ensaio sobre “Parsifal” e outro sobre as profecias de Nostradamus. Entre os livros militares lidos por Hitler, Ryback destaca uma biografia de Schlleffen, “O gênio prussiano”.
Mas onde estará esse acervo tão precioso de Hitler? Talvez nunca tenhamos essa resposta, pois muitos dos livros de Adolf se perderam após sua morte. Apesar de alguns livros terem sido levados para a Rússia, no entanto, a maioria desta coleção foi parar em academias norte-americanas ou na Biblioteca do Congresso, onde ganhou um setor especial. Contudo, alguns livros estão por aí, em lugares que menos se esperam achá-los, mas talvez seja por eles que poderemos fazer um tour sobre as memórias e pensamentos do líder nazista. Talvez este seja o “melhor” testamento que Adolf Hitler poderia ter deixado.
Fonte:
* A biblioteca de Hitler | Acervo da Revista Bula
* Livro "A Biblioteca Esquecida de Hitler, os livros que moldaram a vida do Führer", Timothy Ryback.
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