Richard Wagner (1813-1883), era o compositor preferido de
Adolf Hitler, com composições onde atacavam os judeus, sendo considerado
anti-semitista. Até hoje, em Israel, existe restrições quanto a veiculação de
músicas do compositor. Tinha sua imagem intensamente veiculada ao nazismo, já
que o povo alemão o usava como exemplo da superioridade da música e intelectos
alemães. O ensaio mais polêmico foi Das Judentum in der Musik18 , publicado em
1850, no qual ele atacava a influência de judeus na cultura alemã em geral e na
música em particular. Nesta obra descreve os judeus como: "ex-canibais,
agora treinados para ser agentes de negócios da sociedade". Wagner
insistia em defender que os judeus que viviam na Alemanha deveriam abandonar a
prática do judaísmo e se integrar totalmente à cultura alemã. Wagner foi
politicamente um radical, participante activo na Revolução de 1849 em Dresden,
e então companheiro do expoente máximo do anarquismo, Bakunine - e na sequência
desses acontecimentos viu-se condenado ao exílio.
Recentemente, uma montagem da ópera "Tannhaeuser"
fora adaptada a uma temática nazista, mas logo foi tirada de cartaz pois os
espectadores passaram mal com as cenas onde mostravam homicídios e uma câmara
de gás.
Hitler foi recebido na Casa Wahnfried, a mansão familiar,
desde 1923, onde era intimamente chamado "tio Wolf", e depois da
tomada do poder, em 1933, Winifred, esposa de Siegfried, filho do compositor,
foi uma espécie de "primeira-dama" do nazismo. Hitler era um
grande frenquentador das óperas de Wagner e orgulhava-se de ter lido tudo sobre
suas obras, além disso era amigo pessoal dos netos dele.
Hitler e Winifred |
O wagnerismo foi de fato um dos fermentos do nazismo, no
sentido que enunciaram Philippe Lacoue-Labarthe e Jean-Luc Nancy em Le
Mythe Nazi: "[Wagner] visou deliberadamente, com a fundação de Bayreuth,
um objetivo político: o da unificação, pela celebração e o cerimonial popular,
do povo alemão (unificação comparável à da cidade no ritual trágico). E é neste
sentido fundamental que é preciso entender a exigência de uma "obra de
arte total" Neste sentido, o nazismo foi o culminar horrífico da
"arte alemã" que Wagner reclamara e exaltara.
Podemos notar claramente a exaltação da "arte
alemã" em Os Mestres Cantores de Nuremberga, ou a apologia da
"pureza" em Lohengrin ou sobretudo no Parsifal, sabendo-se dos
inegáveis ecos que tiveram. Em uma carta para Lizst, Wagner confessa que “Sinto
um ódio, por muito tempo reprimido, contra os judeus e esta luta é tão necessária
à minha natureza como meu sangue… Quero que deixem de ser nossos amos. Afinal,
não são nossos príncipes, mas nossos banqueiros e filisteus…”.
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