segunda-feira, 7 de abril de 2014

Filmografia - O Grande Ditador

Por Gabriela Rodriguez




Filme "O Grande Ditador":

O grande ditador poderia ser o título de uma comédia, de uma tragédia ou de um drama; eu quis fazer um coquetel de todos esses gêneros e traçar um perfil, ao mesmo tempo grotesco e sinistro, de um homem que acreditava ser um super-herói e pensava que a sua opinião e a sua palavra eram as únicas com valor.”
(Charles Chaplin, 1939)

Sinopse:
O grande ditador é um filme cômico, uma paródia de Adolf Hitler. Charles Chaplin faz um papel duplo: o do barbeiro judeu e de Adenoid Hynkel, que vivem na Tomânia, referência à Alemanha. As primeiras cenas do filme nos mostram o barbeiro judeu combatendo durante a Primeira Guerra Mundial. Com um ato heroico salva um oficial aviador e entrega um documento importante para o transcurso dos combates, no entanto, já era tarde demais: a guerra findara. Cansado e assustado, o soldado desmaia e é levado para um hospital onde fica durante muitos anos com amnésia. Quando retoma sua vida, sem saber exatamente quanto tempo se passou, a Tomânia já está sob o comando de Hynkel e os judeus confinados nos guetos. Ele retorna ao trabalho em sua barbearia e lentamente se apaixona pela doce e corajosa Hannah (Paulette Godard), que se manifesta continuamente contra as forças de assalto que vigiam o gueto. O enredo se desenrola mostrando alternadamente o cotidiano do barbeiro judeu e do governante tirânico. Até que, o oficial salvo pelo barbeiro, afastado de seu cargo pelo próprio Hynkel, resolve fazer um atentado contra o ditador. Ambos, o oficial e o barbeiro são presos e levados a um campo de concentração, de onde, mais tarde, conseguem fugir. No final, o barbeiro é confundido com Hynkel e pronuncia um discurso emocionante em prol da liberdade e da democracia.

Sobre o filme: 
Produzido em 1940, O grande ditador foi o primeiro filme falado de Charles Chaplin, que não só protagonizou como também roteirizou e dirigiu o longa. Irônico e atrevido, logo no início da projeção lê-se uma mensagem, que diz que qualquer semelhança dos personagens com a realidade é mera coincidência. Esta ousadia lhe rendeu alguns efeitos colaterais, como ter sido expulso dos EUA.

 Durante suas duas horas e cinco minutos de produção, o filme é inteiramente feito de cenas clássicas do Cinema, sendo que a maior delas, sem sombra de dúvidas, é a que Hynkel brinca com o globo do mundo. Uma cena sempre imitada, embora jamais igualada, já que seus movimentos e significado a tornam encantadora. Outra cena engraçada é o discurso alemão, que não se pode compreender nenhuma palavra. O esbravejamento e a calma pode-se ser compreendidos apenas pelos movimentos.

O ditador alemão também divide hilárias situações com o outro ditador, Napoloni (satirizando Mussolini), onde os dois ficam em uma constante disputa de ego. A cena da barbearia, onde os dois ficam subindo as cadeiras para que o outro olhe para cima, e a briga de comida são críticas fortíssimas empregadas de maneira inteligente e extremamente divertidas. Este também foi o último filme de Chaplin com sua ex-mulher Goddard, assim como o último que teve presença do bigodinho.

O filme foi indicado para o Oscar nas categorias de melhor filme, ator, roteiro, ator coadjuvante e trilha sonora. O que chega a ser irônico, já que havia sido expulso e consagrado no mesmo lugar e na mesma época. Apesar de ter apoio de Hollywood, teve alguns problemas quanto a sua atuação.
Apesar de o discurso final ser emocionante e englobar exatamente o que estava sendo criticado o filme todo, sua posição humanitária presente ali, foi considerada comunista por movimentos anticomunismo que surgiram no contexto da Guerra Fria, o que o fez ser mal visto nos EUA

Para que sua atuação ficasse perfeita, Chaplin passou várias horas na frente do projetor, durante dois anos, estudando e analisando todo o material áudio-visual que conseguiu localizar sobre a vida de Hitler. Com o roteiro pronto, teve a preocupação de atribuir aos seus personagens nomes que se relacionassem diretamente com os reais em que se inspirava. Assim, Adolf Hitler é Adenoid Hynkel, Goebbels é Garbitsch – do inglês garbage, que significa lixo –, Mussolini é Napaloni e Göring é Herring. 

Nem mesmo a suástica, símbolo oficial do III Reich, foi perdoada, sendo transformada na dupla cruz.  Além de Hynkel, Chaplin também faz o papel de um barbeiro judeu. Em nenhum momento do filme o seu nome é revelado, é dessa forma que os demais personagens se reportam e se referem a ele. No entanto, são nítidas as semelhanças com o famoso personagem de Chaplin, Carlitos: o chapéu de feltro, os grandes sapatos, as calças compridas e folgadas, acompanhadas de um paletó apertado.

Algumas Curiosidades:
- Chaplin era judeu.
- O discurso final do filme foi rodado após 458 dias de filmagem, em 5 de junho de 1940, dia em que Hitler marcha sob Paris para saborear sua conquista.
- Após 559 dias de filmagem, finalmente o filme estava pronto. Tornou-se o filme mais lucrativo de Chaplin, apesar de ter sido proibido na Europa e América do sul.
- De acordo com os arquivos dos filmes que Hitler havia pedido para passar, O Grande Ditador foi assistido duas vezes.
- Chaplin disse que jamais teria feito o filme se soubesse a íntegra dos crimes de Hitler.

- Ao fim da guerra, imagens de quando os Russos entram na Chancelaria alemã, em meio aos destroços, uma cena chama a atenção: curiosamente havia um objeto intacto, o globo onde Chaplin protagoniza uma das cenas mais inesquecíveis do cinema.

Discurso de Hitler interpretado por Charles Chaplin em O Grande Ditador

Fontes:
Wikipedia
Youtube

Nenhum comentário:

Postar um comentário