segunda-feira, 14 de abril de 2014

Compositor Wagner teria inspirado o holocausto

Por Melissa Tostes

Richard Wagner (1813-1883), era o compositor preferido de Adolf Hitler, com composições onde atacavam os judeus, sendo considerado anti-semitista. Até hoje, em Israel, existe restrições quanto a veiculação de músicas do compositor. Tinha sua imagem intensamente veiculada ao nazismo, já que o povo alemão o usava como exemplo da superioridade da música e intelectos alemães. O ensaio mais polêmico foi Das Judentum in der Musik18 , publicado em 1850, no qual ele atacava a influência de judeus na cultura alemã em geral e na música em particular. Nesta obra descreve os judeus como: "ex-canibais, agora treinados para ser agentes de negócios da sociedade". Wagner insistia em defender que os judeus que viviam na Alemanha deveriam abandonar a prática do judaísmo e se integrar totalmente à cultura alemã. Wagner foi politicamente um radical, participante activo na Revolução de 1849 em Dresden, e então companheiro do expoente máximo do anarquismo, Bakunine - e na sequência desses acontecimentos viu-se condenado ao exílio.

Recentemente, uma montagem da ópera "Tannhaeuser" fora adaptada a uma temática nazista, mas logo foi tirada de cartaz pois os espectadores passaram mal com as cenas onde mostravam homicídios e uma câmara de gás.

Hitler foi recebido na Casa Wahnfried, a mansão familiar, desde 1923, onde era intimamente chamado "tio Wolf", e depois da tomada do poder, em 1933, Winifred, esposa de Siegfried, filho do compositor, foi uma espécie de "primeira-dama" do nazismo. Hitler era um grande frenquentador das óperas de Wagner e orgulhava-se de ter lido tudo sobre suas obras, além disso era amigo pessoal dos netos dele.

Hitler e Winifred
O wagnerismo foi de fato um dos fermentos do nazismo, no sentido que enunciaram Philippe Lacoue-Labarthe e Jean-Luc Nancy em Le Mythe Nazi: "[Wagner] visou deliberadamente, com a fundação de Bayreuth, um objetivo político: o da unificação, pela celebração e o cerimonial popular, do povo alemão (unificação comparável à da cidade no ritual trágico). E é neste sentido fundamental que é preciso entender a exigência de uma "obra de arte total"  Neste sentido, o nazismo foi o culminar horrífico da "arte alemã" que Wagner reclamara e exaltara.

Podemos notar claramente a exaltação da "arte alemã" em Os Mestres Cantores de Nuremberga, ou a apologia da "pureza" em Lohengrin ou sobretudo no Parsifal, sabendo-se dos inegáveis ecos que tiveram. Em uma carta para Lizst, Wagner confessa que “Sinto um ódio, por muito tempo reprimido, contra os judeus e esta luta é tão necessária à minha natureza como meu sangue… Quero que deixem de ser nossos amos. Afinal, não são nossos príncipes, mas nossos banqueiros e filisteus…”.


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