terça-feira, 29 de abril de 2014

As suásticas pelo Brasil - Parte 1

Por Vinícius Corrêa

Quem desconfiaria que o Brasil ainda guarda marcas do nazismo. E não falo de grupos neonazistas, como se pudéssemos realmente identificá-los com a ideologia ariana pregada por Hitler. Mas o que poucos conhecem é que durante a época em que a Alemanha era governada pelo partido nazista, o Brasil recebeu alguns presentes, alguns deles existentes até hoje, ainda que ocultados na nossa história.

Voltemos ao final dos anos 20, quando o Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (Iserj) ainda era a Escola Normal. Sem ter uma sede própria, em 1927 o então prefeito Antônio Prado Júnior fez a aquisição de um terreno na Tijuca para o Instituto deEducação. Ele realizou na época um concurso que elegesse o projeto de arquitetura que figuraria o prédio da instituição. Os selecionados foram os arquitetos Ângelo Bruhns e José Cortes. A construção, em estilo neocolonial, ficou pronta em 1930.

Mas o que o Iserj teria a ver com o nazismo? O instituto possui salas que até hoje são um mistério até mesmo para quem lá estuda. Durante a Ditadura Militar, era proibido entrar em alguns aposentos do prédio, com risco de punição severa. Há quem diga que os locais serviram para tortura. No entanto, ainda se pergunta: E o nazismo? O misterioso por trás desses aposentos secretos é que guarda a resposta. Várias salas, assim como o piso de alguns recintos do teatro do Iserj e o porão estão repletos de ladrinhos com a insignia nazista, a suástica. Eis algumas imagens:

Piso do Iserj com a suástica nazista - crédito: anônimo

Ladrilhos do porão do Iser com a suástica - crédito: Emanoelle Farias

Porão abandonado do Iserj - crédito: Emanoelle Farias

Muitos afirmam que as suásticas teriam sido colocadas na construção do Iserj, projeto de Bruhns e Cortes. Mas se analisarmos com cautela veremos que os azulejos foram colocados lá depois. A inauguração da Escola Normal vem ocorrer em outubro ou novembro do mesmo ano em que ficou pronta, em 1930, ano em que Getúlio Vargas recebeu da Junta Militar Provisória o poder governamental. Até então, o país não havia qualquer ligação com o partido nazista,que só chegaria ao poder na Alemanha em 1933. É bem provável, portanto, que os pisos tenham chegado ao Brasil apenas a partir de 1933, possivelmente como presente de Hitler a Getúlio Vargas.

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